sábado, 2 de outubro de 2010

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO...


dashing-daring

O que é Transferência de Embrião (T.E.)?
É uma técnica na qual se colhe o embrião do útero
de uma égua e se transfere para o útero de outra.

A égua da qual colhemos o embrião chamamos de Doadora e a que recebe o embrião de Receptora.

Como a técnica é aplicada?
Após um período de 6 a 9 dias da ovulação um cateter de silicone é alojado no útero da doadora. Através deste cateter (sonda) um volume de 1/2 a 1 litro de solução é depositado no interior do útero. A solução é então drenada passando por um filtro que retem o embrião.

O embrião é localizado na placa com o auxilio de uma lupa e transferido para uma outra placa contendo solução de manutenção. Nesta última placa permanece até o momento de ser transferido para o útero da égua receptora onde se desenvolverá.

O potro que vai nascer da Transferência de Embrião não tem nada da genética da receptora?
Não, a receptora participa apenas no desenvolvimento do produto. A genética é dos pais biológicos.

Uma amostra de pêlo do pai, da mãe e do produto são analisados por um laboratório credenciado para se determinar geneticamente, através do DNA, o parentesco dos animais envolvidos. Esta comprovação através do DNA é técnica rotineira e amplamente utilizada inclusive com seres humanos.

Qual é a idade mínima para se inscrever uma égua no programa de T.E. ?
Aos 2 anos de idade já é possível se ter resultado, porem não julgamos ser a melhor idade. Na maioria das raças as potrancas já tem um bom desenvolvimento corpóreo e do aparelho reprodutivo ao redor dos 3 anos. A plenitude é alcançada 2 ou 3 anos mais tarde.

Quando é indicada e quais são os benefícios trazidos pela T.E. ?
A técnica pode nos ajudar em inúmeras situações:

•Na égua com idade avançada, que tem mais propensão a ter problemas para criar um produto saudável;
•Na égua com problemas de locomoção, que pode ter o problema agravado com ganho de peso durante uma gestação;
•Na égua com problema no aparelho reprodutor, que torna a gestação de alto risco;
•Na égua produtora de animais superiores, que com a técnica de transferência de embrião, pode ter mais de um produto por ano, inclusive com garanhões diferentes;
•Na égua em competição, que não necessita mais parar a campanha nas pistas para ingressar na reprodução. A grande contribuição da técnica nesta categoria torna-se evidente quando temos a potranca permanecendo mais tempo em atividade nas pistas e gerando produtos, nas receptoras, como se estivesse no haras em reprodução.
Essa técnica atrapalha na performance de uma competidora?
Para a grande maioria das éguas em competição a técnica não atrapalha em absolutamente nada. Por muitos anos temos trabalhado com animais em pleno exercício de treinamento para competição e o resultado é muito bom tanto na qualidade dos embriões produzidos quanto na manutenção da alta performance

programa de insimanação artificial



Todas as reprodutoras são inseminadas artificialmente. Para isso, são submetidas ao controle reprodutivo através de palpação retal e ultra-sonografia. O controle se faz com a freqüência necessária para se determinar o melhor momento para realizar a inseminação.

Com o auxílio do ultra-som as alterações fisiológicas dos ovários e útero podem ser observados de maneira eficiente e segura para a reprodutora. O exame dos ovários nos revela a presença do folículo maduro, prestes a ovular. Este é o momento aguardado para se realizar a inseminação.

O sêmen do garanhão é, então, coletado, com auxilio de vagina artificial, manipulado e avaliado no laboratório. Somente após a verificação da qualidade do sêmen é que a reprodutora é inseminada. Temos ainda a opção da utilização de sêmen congelado, nacional ou importado.

O exame com o ultra-som continua sendo realizado na reprodutora, desta vez para se verificar a ovulação, momento em que o folículo se rompe e libera o óvulo, que será fertilizado pelo espermatozóide colocado no útero da reprodutora pela inseminação artificial.

Caso não tenha ocorrido a ovulação nas 48 horas após a inseminação, a reprodutora é inseminada novamente. Após alguns dias da ovulação, de 11 a 15 dias, será realizado o primeiro exame ultrasonográfico para a detecção da prenhez. Rotineiramente serão realizados exames para acompanhar o desenvolvimento do embrião.

Caso a reprodutora esteja no programa de Transferência de Embrião (T.E.), entre 6 e 9 dias após a ovulação procederemos a lavagem uterina para recuperar o embrião e transferi-lo a uma égua receptora.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

inseminação!!!



A Inseminação Artificial em Equinos
20/10/2007
A Reprodução Equina foi marcada através dos tempos por duas grandes inovações fundamentais: a Inseminação Artificial (IA) e mais recentemente a Transferência de Embriões.

A IA equina é uma técnica que, consiste em recolher o sémen de um garanhão, dividilo em várias doses e em seguida depositar cada uma dessas doses no interior do útero das éguas em estro. A IA permite assim obter várias doses a partir de um só ejaculado de forma a poder beneficiar várias éguas com um só salto.

As técnicas de IA utilizadas hoje em dia permitem obter resultados idênticos aos obtidos com a monta natural e são utilizadas sob três formas: a IA Fresco que utiliza sémen fresco, com o intervalo óptimo entre a recolha e a inseminação inferior a 30 minutos, a IA Fresco Refrigerado que utiliza sémen fresco, refrigerado a 4ºc e que permite um intervalo Recolha - Inseminação de 12h a 24h e a IA congelado que utiliza sémen congelado a uma temperatura de – 196ºC e que permite a sua conservação por tempo indeterminado. Contudo, nem todas estas técnicas são aplicáveis a todos os garanhões, uma vez que a qualidade do sémen de certos garanhões os exclui de determinados tipos de IA.

São atribuidas numerosas vantagens à IA uma vez que ela permite separar no tempo e no espaço a ejaculação da inseminação. Há uma maior protecção sanitária, porque limita-se o contacto entre os animais, evita-se os seus deslocamentos e as técnicas de reprodução são aplicadas em ambientes controlados, onde se efectuam controlos sanitários estrictos aos garanhões e éguas.

São efectuadas recolhas de sémen aos garanhões não mais que três vezes por semana, tempo este que permite a total recuperação da produção de espermatozóides. Existe então uma racionalização da utilização dos garanhões porque, há uma diminuição do número de saltos e do número de viagens em camião, o que permite a manutenção da carreira desportiva e reprodutiva do animal, em simultâneo.

A variabilidade individual entre garanhões (características seminais de cada garanhão) e os métodos de conservação de sémen, constituem algumas das limitações da IA.

O risco de consanguinidade aumenta se os garanhões afectos à Inseminação Artificial produzirem um maior número de poldros que os outros garanhões afectos à monta natural, o que não é o caso actualmente.

As dúvidas sobre a certificação de origens são satisfeitas pela identificação de todas as doses e pelo controle de filiação obrigatória dos poldros, produtos de Inseminação Artificial.

Os garanhões são submetidos a testes, seguindo critérios rigorosos para que possam ser admitidos à IA, tendo um número de certificados de cobrição limitado.

Uma má aplicação destas técnicas pode ter repercussões sobre a qualidade biológica do sémen (capacidade de fecundação) ou sobre a higiene das doses e sua aplicação.

A sua utilização requer conhecimentos específicos e por essa razão, só pode ser posta em prática por inseminadores ou chefes de centro nos centros de reprodução autorizados, tornando o custo financeiro da IA mais elevado no que diz respeito a pessoal qualificado e material utilizado.

O sucesso dos resultados obtidos reside no facto de se efectuar uma boa escolha das éguas a inseminar e a correcta manipulação do sémen, proveniente de garanhões férteis.

A inseminação artificial em equinos torna assim possível o aumento da utilização económica dos garanhões e o rápido melhoramento genético da espécie.


Bibliografia:
1. Insémination artificielle équine (1996) Guide Pratique. Edition Institut du Cheval, Paris.
2. Magistrini M (1999) L´Insemination Artificielle chez les équins. INRA Prod. Anim. Nouzilly 12: 347-349.
3. Magistrini M., Vidament M., (1992) Artificial Insemination in Horses. Recueil de Médicine Vétérinaire Spéciale : Reproduction des Equides, 168 (11-12), 959-967.
4. Magistrini M., Vidament M., (1999) L'insémination artificielle équine : des technologies à géométrie variable. CR 25e Journée de la recherche équine, Institut du Cheval, département DEFI, INA, Paris, 117-128.
5. Palmer E. (1984) Factors affecting stallion semen survival and fertility. Proc 10th Int. Cong. Anim. Reprod. And Artif. Insem. III: 377.

Autor
Cristiana Oliveira

LINGUA AMARRADA!!!


”?!


Alguns animais apresentam uma disfunção respiratória chamada “Deslocamento Dorsal do Palato Mole - DDPM”. Esta estrutura é responsável pela divisão da faringe em cavidade nasal e oral nos cavalos. Devido ao cavalo ser um respirador nasal obrigatório, é extremamente importante que o Palato Mole fique numa posição ventral (abaixo) à cartilagem Epiglote, exceto durante a deglutição para evitar que ingesta (água, alimentos, ou saliva) passe para o trato respiratório. O deslocamento dorsal (para cima) desta estrutura causa uma obstrução funcional a passagem do ar durante a expiração que pode levar a queda de rendimento e performance. Por tratar-se basicamente de uma estrutura muscular, o “amarramento” da língua tensiona rostralmente (para fora) o Palato, tendendo a impedir que ele se desloque dorsalmente, mantendo a passagem do ar para os pulmões.



Este procedimento pode permitir que o animal desempenhe sua função atlética de maneira adequada. Outra maneira de tentarmos prevenir este deslocamento é através do uso de um aparelho que “pressiona” o Palato Mole ventralmente, na intenção de mantê-lo em sua posição anatômica. Temos também o uso de equipamentos (cabeçadas) que restringem a abertura da boca durante o exercício. Estes equipamentos diminuem o efeito desestabilizante da respiração no Palato Mole. Em nosso hipódromo, os profissionais utilizam uma série de materiais para proceder a amarração, tais como, ataduras de crepe, meias femininas de seda, tiras de nylon com velcro, elásticos de borracha, etc.

Por ser uma estrutura extremante vascularizada e sensível, é imprescindível que a amarração da língua seja feita por profissional com extrema experiência neste tipo de procedimento. Algumas ocorrências verificadas nestes casos são a realização do nó extremante apertado, o que causa uma brutal diminuição do fluxo sanguíneo; nó frouxo que se solta durante o galope ou até mesmo na corrida; colocação do nó na posição errada, causando mordeduras da língua, entre outras.

O tratamento definitivo desta patologia é a correção cirúrgica que pode ser realizada através de diversas técnicas. Uma pesquisa recente realizada no Reino Unido mostra que cavalos, que tiveram a Língua Amarrada em corridas consecutivas, tiveram um aumento significativo de ganho em prêmios comparados a suas corridas antes da utilização deste procedimento, concluindo que a Língua Amarrada parece ter um efeito benéfico na performance do Puro Sangue Inglês.


Luís Renato Oseliero
Médico Veterinário – CRMV-SP: 11070

D. A. V.
Divisão de Assistência Veterinária
Jockey Club de São Paulo