sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DAMAS!!!


Rainhas da Criação Mundial

Não é de hoje, que tenho enorme respeito, pelas linhas maternas de um pedigree. Ela dita as regras num geral, no tocante a onde poderemos chegar, com um animal. Se o garanhão é importante, digo que a reprodutora é fundamental. Muitos desenvolvem teorias, conceitos, para definir algo que a pista seleciona ao natural. Cada um tira suas conclusões. Quem estuda e observa mais, sempre sai na frente, e colhe melhores frutos.

Para um rápido entendimento, dosagem significa a mistura adequada das aptidões, para gerar velocistas, milheiros, fundistas ou Stayers. O turfe brasileiro atual, tem desviado sua vocação natural na criação de fundistas e milheiros. A moda é velocidade e precocidade. Não importa se aos 4 anos, estes mesmos produtos, estejam correndo claimings ou recheando noturnas de segunda-feira. O que eles querem é seguir a moda.

Quando buscamos um animal para distâncias alentadas, buscamos sires com de cargas genéticas mais apropriadas para tal (fundistas). Se a pretensão é gerar um velocista, usa-se maior quantidade de sangues de velocidade em regra. Lembre-se, que não existe comprovação científica, para transmissão de aptidão locomotora. Vários fatores contribuem na formação do produto em questão.

Importante lembrar, que grandes éguas, exercem em muitos casos, marcante influência nas aptidões corredoras de grandes campeões, podendo serem consideradas, perfeitas "Rainhas na Reprodução ". Friar’s Daughter, Lady Josephine, Lady Juror, Myrawalla, Mumtaz Mahal, Myrobella, Polly Flinders, Rough Shod e The Squaw têm capacidade de transmitirem, vocação para velocidade. Apenas, como exemplo, Maniatao, bem sucedido produtor, e pai de grandes velocistas no Brasil, acusava em seu pedigree as presenças de Lady Juror, Lady Josephine e Mumtaz Mahal. Devemos citar ainda, Hang Ten - com inbeeding em Mumtaz Mahal da razão de 4 x 5 - ; excelente avô materno em solo nacional, onde deixou sua marca, pelos craques : Val de Grace (GP. São Paulo Gr.1 - invicto), Flying Finn (GP. Brasil Gr.1), além de Murano e Old Pretender (GP. Cruzeiro do Sul Gr.1 - Derby).

O craque argentino Forli (Aristophanes) - Tinha inbreeding 4 X 4 em Lady Juror (GB). O fenomenal sire Sadler´s Wells (USA) - Tem seu pedigree, em sua linha baixa.

Abernant (GB) - Famoso sprinter, tem como segunda mãe, Mumtaz Mahal, sendo este o 2º avô materno de nosso conhecido St.Chad (GB), importante fonte de velocidade, que mesmo assim, gerou ainda, ótimos fundistas - Bretagne (Brz) GP. São Paulo G.1, Asola (Brz) GP. Diana G.1), etc...

Mahmoud (Fr) - Importante semental, tem como segunda mãe, Mumtaz Mahal (GB) - É o 2º avô materno de Northern Dancer.


Almahmoud (USA)
Maniatão (Arg)
Nogara (Ity)


Outro grupo de fêmeas ilustres representado por Almahmoud, Boudoir II, Judy O’Grady, La Troienne, Pretty Polly, Qurrat-Al-Ayn e Schiaparelli, seria responsável pela transmissão conjunta de velocidade e classicismo, o que modela bem a aptidão da classe "intermediate" de Varola. La Troienne está presente, tanto no pedigree de Make Tracks, como no de Buckpasser, o primeiro velocista e o segundo um belo exemplo de animal de grande classicismo, ainda muito respeitado nas pistas, pelos seus descendentes em atividades reprodutivas. Buckpasser, aparece como 2º avô materno de Danehill (USA) - Atual Chefe de Raça, do turfe moderno. Seus filhos, sempre gerando craques. Uma sensação nas pistas !!!

Descende de Schiaparelli - o respeitado sire Shantung (Fr) pai de Felicio (Fr) - Elemento refinado de pedigree, que gerou o Tríplice Coroado Itajara (Brz) e Romarin (Brz) - (barbarizando nas pistas como sire).

Buckpasser (USA) - No Brasil, se faz presente pelo sangue de Giant Gentleman (USA) - já mostrando serviço em Gr.1, Gr.2. Não podemos esquecer de citar, que Spend a Buck (USA) - vencedor do Kentucky Derby Gr.1, gerou muitos craques aqui no Brasil. Um sangue notável para grama, ou areia.

Almahmoud (USA) - Presente na linha materna dos importantes sires, Northern Dancer (Can), Danehill, Halo, Machiavellian (inbree 4x4), Jules, Burooj, entre outros. Uma das modernas "dosadoras" da criação americana. São comuns inbreedings sobre ela, nos atuais cruzamentos, ao redor do mundo.

Aurora, Astronomie, Crepuscule Dalmary, Djezima, Feola, Myrtlewood, Phase, Reliance III, Sister Sarah, Teresina e Zariba e Frizette (destacada em matéria recente, neste jornal), são transmissoras de evidente classicismo, consagrado no mundo inteiro, sendo que estes nomes podem ser encontrados em muitos pedigrees de ganhadores de Derby.

O grupo responsável por consistência e coragem, podemos citar, Book Law, Double Life, Nogara, Miss Disco, Plucky Liege, Scapa Flow, Selene, Trustful, Veneta. Nomes encontrado em muitíssimos cavalos, portadores de campanhas, que exigiram imenso combate, entre grandes valores de maravilhosas gerações, como é o caso de Nearco, filho de Nogara, que venceu o Grand Prix de Paris sobre Bois Roussel, sendo este, filho da sensacional Plucky Liége.

Selene (16 vitórias (1.000 a 2.800m) em 22 atuações). Égua de altíssimo valor genético, produziu gerou 14 elementos, dentre eles 3 chefes de raça : Hyperion, Pharamond e Sickle.

O último grupo é constituído por apenas três éguas que parecem dotadas do poder de transmitirem a stamina necessária para os grandes percursos, quais sejam Brownhylda, Brulette (Prix du Cadram G.1 em 4.000m) e Amber Flash. Essa aptidão para os percursos longos ainda pode ser transmitido por algumas das éguas do grupo anterior.

Mumtaz Mahal um dos fenômenos da criação internacional, tanto em aspecto, como corredora extraordinária. Brownhylda, foi uma das raras transmissoras de resistência e stamina. Tinha tipologia de animal fundista.

Temos que respeitar toda influência e aptidões, que elas transmitiram, aos seus descendentes, ao longo de várias gerações. Algumas delas chegam a preponderar sobre a parte masculina, como é o caso de Scapa Flow, mãe dos irmãos inteiros representados pelos chefes de raça Fairway e Pharos, além da potranca Fair Isle. Temos a convicção de que sem a presença de Scapa Flow, jamais Fairway conseguiria ganhar 12 corridas, inclusive provas em distâncias alentadas, como os Eclipse, Newmarket e Champion Stakes (todas em 2000m) e ainda a famosa e seletiva prova para stayers, o St.Leger (2800m), assim como Pharos não teria triunfado em 14 oportunidades, inclusive na Liverpool Cup (2400m). O contra-argumento seria a influência de Chaucer (St. Simon), o avô materno, mas parece perfeitamente comprovável que apenas ele, como transmissor de stamina, não seria suficiente para garantir a resistência desses filhos de Phalaris, não fosse a presença de Scapa Flow.

Pharos e Fairway - ; estão presentes na linha alta e baixa de Quipardo (Pharas) - 1º avô materno de Cacique Negro (Brz) - um dos melhores corredores do Brasil, de todos os tempos.

Zenabre (Brz) - Pharas (Pharis) por Pharos - Mãe por Seventh Wonder (GB) por Pharos

Clackson (Brz) - I Say (Sayajirão) por Nearco (Pharos) - Mãe por Pharas (Pharis) por Pharos

Immensity (Brz) - Zenabre por Pharas (Pharis) por Pharos - Mãe por Mountmartre (Full Sail) por Fairway

Se analisado o pedigree de Fair Copy, ganhador de 8 corridas, desde os 1000 metros do Chesham Stakes, até os 2000 metros da Atlantic Cup, mais os places nas provas de fundo como o St. Leger e o Jockey Club Stakes, ambos em 2800 metros, apenas a presença do "staminado" Sunstar não seria suficiente para garantir tais façanhas. Característica que passou, quase que intacta, a sua filha Mumtaz Mahal. Já sua filha Lady Juror, elemento também muito veloz, teve a capacidade de ganhar o Jockey Club Stakes, em 2800 metros, certamente por influência de seu pai, Son-In-Law, mas revelou-se como transmissora de velocidade, através de seus filhos e netos, como Fair Trial (milheiro e um dos paradigmas da velocidade), Festoon (sprinter a milheira), Neolight (idem), The Recorder (sprinter, mas que alcançou a milha e meia) e Tudor Minstrel (extraordinário sprinter/miler), entre outros.

Lembrar, que Sallust (GB) por Pall Mall - Palestine (Fair Trial) - É o 1º avô materno da grande revelação na criação nacional : Romarin (Itajara). Será isso sorte ou qualidades em seu pedigree ?

Outras dessas "Rainhas" ainda se caracterizaram como transmissoras de temperamentos fortes, às vezes até de caráter instável, como foi o caso de Feola que, segundo o hipólogo John Aiscan era égua de péssimo gênio, que acabou transmitindo a muitos de seus descendentes. Principalmente as transmissoras de velocidade (Mumtaz Mahal, Lady Juror e Lady Josephine), assim como muitas daquelas éguas consideradas clássicas Astronomie, Djezima e Zariba, entre outras, seguem em muitos casos a tendência de predominar sobre os machos.

Lady Josephine foi reconhecida como uma das éguas mais velozes de seu tempo. Scapa Flow, um dos primeiros admiráveis exemplos de prepotência feminina. Lady Josephine, a grande raiz de velocidade pura e mãe de duas das mais extraordinárias éguas da criação mundial : Lady Juror e Mumtaz Mahal. Feola, uma "dama"de péssimo gênio, mas transmissora de alta qualidade. Para se ter uma idéia, da importância de Mumtaz Mahal nos dias atuais, devemos citar, que a craque Zarkava (Ire) F.2005 - ganhadora do Prix de L'Arc de Triomphe G.1, invicta em sete atuações (5 x G1), pertence ao seu veio materno.





Lady Juror (GB)
Scapa Flow (GB)
Mumtaz Mahal (GB)


Além das broodmares inglesas, irlandesas, francesas e norte-americanas, temos que citar ainda, com grande influência nos pedigrees internacionais, éguas oriundas da Itália, Alemanha, América do Sul e Argentina. Do Brasil, destaque para, Risota (Thignon Lafré, Rabat, Lucky And Fast, Drambuia, Only Once, Clouet, Play Violin, entre outros). Embora o número de éguas analisadas seja muito pequeno em vista do imenso universo de grandes produtoras, elas merecem destaque, pelo simples fato de terem formados verdadeiros clãs na criação do puro de sangue de corridas, ajudando na aptidão de um animal.

No grupo "classic" devemos citar ainda, as argentinas Crescent, Fallow e Sierra Leona. Ainda devemos mencionar as brasileiras Colita e Queen Fairy. Bella Paola, uma das mais importantes éguas, originária do sangue alemão, e que difundiu sua descendência para outros países. Outro time de alto nível, deve ser lembrado : Carissima, Lady Be Good, Lea Lark, Montagnana, Sansonnet, Source Sucrée, Striking e Pocahontas.

Striking (USA) - Deixou sua colaboração aqui no Brasil, já que Effervescing (USA) pai de Sweet Eternity (GP. São Paulo G.1), Midnight Tiger (USA) e Redattore (Brz) Sire G.1, descendem dela. Smarty Jones (USA) - 1º Kentucky Derby G.1 e Preakness G.1, tem sua presença na linha materna. Devemos citar ainda : Private Account (USA), Woodman (USA) e Mutakaddin. Etc.

Lady Be Good (USA) - Dela descendem os consagrados : Zizal (G1), Polish Precedent (G1), Mining (G1), entre outros.

Bella Paola (Ger) - Filha de Rhea II (Ger) - sendo esta, 3ª mãe de nosso conhecido Henri le Balafré (Fr) - Sire consagrado.

Pocahontas (USA) - Deixou sua marca, pelo pedigrees de nosso conhecido, Present The Colors (USA) - via linha alta, Tom Rolfe. Produziu : Satyr (Brz) - 1º Derby Paulista G.1; - Uneasy Plum (Brz) - 1º GP. Diana G.1 etc. Outro que merece destaque, é Baligh (Ire) por Sadler´s Wells - já que Pocahontas - é sua terceira mãe. Como esquecer de seu filho, Straight Flush (Brz) - vencedor do GP. Brasil e São Paulo G.1. Já se destacando avô materno G.1, por seu filho Starman. Suas filhas valem ouro, alguém se deu conta disso ? New Colony (French Colonial) - por Tom Rolfe (Ribot x Pocahontas) - Pai de Gorylla (Brz) - GP. Carlos Pellegrini G.1.

É evidente que muitas outras éguas de grande prestígio na criação internacional, ficaram de fora desta pequena matéria. Algumas delas, devem ser citadas, como integrantes desse grupo de elite, tais como : Arbitrator, Aspidistra, Big Event, Flaming Page, Galla Colours, Intriguing, Missy Baba, Mixed Marriage, Neocracy, Rustom Mahal, Segula, Pocahontas e Concertina, entre outras. Todas elas, fazem parte também, deste time de fantásticas broodmares. Ao longo de várias gerações, continuam respondendo nas pistas, porque são consideradas, verdadeiras "Rainhas da Criação Mundial".

sábado, 2 de outubro de 2010

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO...


dashing-daring

O que é Transferência de Embrião (T.E.)?
É uma técnica na qual se colhe o embrião do útero
de uma égua e se transfere para o útero de outra.

A égua da qual colhemos o embrião chamamos de Doadora e a que recebe o embrião de Receptora.

Como a técnica é aplicada?
Após um período de 6 a 9 dias da ovulação um cateter de silicone é alojado no útero da doadora. Através deste cateter (sonda) um volume de 1/2 a 1 litro de solução é depositado no interior do útero. A solução é então drenada passando por um filtro que retem o embrião.

O embrião é localizado na placa com o auxilio de uma lupa e transferido para uma outra placa contendo solução de manutenção. Nesta última placa permanece até o momento de ser transferido para o útero da égua receptora onde se desenvolverá.

O potro que vai nascer da Transferência de Embrião não tem nada da genética da receptora?
Não, a receptora participa apenas no desenvolvimento do produto. A genética é dos pais biológicos.

Uma amostra de pêlo do pai, da mãe e do produto são analisados por um laboratório credenciado para se determinar geneticamente, através do DNA, o parentesco dos animais envolvidos. Esta comprovação através do DNA é técnica rotineira e amplamente utilizada inclusive com seres humanos.

Qual é a idade mínima para se inscrever uma égua no programa de T.E. ?
Aos 2 anos de idade já é possível se ter resultado, porem não julgamos ser a melhor idade. Na maioria das raças as potrancas já tem um bom desenvolvimento corpóreo e do aparelho reprodutivo ao redor dos 3 anos. A plenitude é alcançada 2 ou 3 anos mais tarde.

Quando é indicada e quais são os benefícios trazidos pela T.E. ?
A técnica pode nos ajudar em inúmeras situações:

•Na égua com idade avançada, que tem mais propensão a ter problemas para criar um produto saudável;
•Na égua com problemas de locomoção, que pode ter o problema agravado com ganho de peso durante uma gestação;
•Na égua com problema no aparelho reprodutor, que torna a gestação de alto risco;
•Na égua produtora de animais superiores, que com a técnica de transferência de embrião, pode ter mais de um produto por ano, inclusive com garanhões diferentes;
•Na égua em competição, que não necessita mais parar a campanha nas pistas para ingressar na reprodução. A grande contribuição da técnica nesta categoria torna-se evidente quando temos a potranca permanecendo mais tempo em atividade nas pistas e gerando produtos, nas receptoras, como se estivesse no haras em reprodução.
Essa técnica atrapalha na performance de uma competidora?
Para a grande maioria das éguas em competição a técnica não atrapalha em absolutamente nada. Por muitos anos temos trabalhado com animais em pleno exercício de treinamento para competição e o resultado é muito bom tanto na qualidade dos embriões produzidos quanto na manutenção da alta performance

programa de insimanação artificial



Todas as reprodutoras são inseminadas artificialmente. Para isso, são submetidas ao controle reprodutivo através de palpação retal e ultra-sonografia. O controle se faz com a freqüência necessária para se determinar o melhor momento para realizar a inseminação.

Com o auxílio do ultra-som as alterações fisiológicas dos ovários e útero podem ser observados de maneira eficiente e segura para a reprodutora. O exame dos ovários nos revela a presença do folículo maduro, prestes a ovular. Este é o momento aguardado para se realizar a inseminação.

O sêmen do garanhão é, então, coletado, com auxilio de vagina artificial, manipulado e avaliado no laboratório. Somente após a verificação da qualidade do sêmen é que a reprodutora é inseminada. Temos ainda a opção da utilização de sêmen congelado, nacional ou importado.

O exame com o ultra-som continua sendo realizado na reprodutora, desta vez para se verificar a ovulação, momento em que o folículo se rompe e libera o óvulo, que será fertilizado pelo espermatozóide colocado no útero da reprodutora pela inseminação artificial.

Caso não tenha ocorrido a ovulação nas 48 horas após a inseminação, a reprodutora é inseminada novamente. Após alguns dias da ovulação, de 11 a 15 dias, será realizado o primeiro exame ultrasonográfico para a detecção da prenhez. Rotineiramente serão realizados exames para acompanhar o desenvolvimento do embrião.

Caso a reprodutora esteja no programa de Transferência de Embrião (T.E.), entre 6 e 9 dias após a ovulação procederemos a lavagem uterina para recuperar o embrião e transferi-lo a uma égua receptora.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

inseminação!!!



A Inseminação Artificial em Equinos
20/10/2007
A Reprodução Equina foi marcada através dos tempos por duas grandes inovações fundamentais: a Inseminação Artificial (IA) e mais recentemente a Transferência de Embriões.

A IA equina é uma técnica que, consiste em recolher o sémen de um garanhão, dividilo em várias doses e em seguida depositar cada uma dessas doses no interior do útero das éguas em estro. A IA permite assim obter várias doses a partir de um só ejaculado de forma a poder beneficiar várias éguas com um só salto.

As técnicas de IA utilizadas hoje em dia permitem obter resultados idênticos aos obtidos com a monta natural e são utilizadas sob três formas: a IA Fresco que utiliza sémen fresco, com o intervalo óptimo entre a recolha e a inseminação inferior a 30 minutos, a IA Fresco Refrigerado que utiliza sémen fresco, refrigerado a 4ºc e que permite um intervalo Recolha - Inseminação de 12h a 24h e a IA congelado que utiliza sémen congelado a uma temperatura de – 196ºC e que permite a sua conservação por tempo indeterminado. Contudo, nem todas estas técnicas são aplicáveis a todos os garanhões, uma vez que a qualidade do sémen de certos garanhões os exclui de determinados tipos de IA.

São atribuidas numerosas vantagens à IA uma vez que ela permite separar no tempo e no espaço a ejaculação da inseminação. Há uma maior protecção sanitária, porque limita-se o contacto entre os animais, evita-se os seus deslocamentos e as técnicas de reprodução são aplicadas em ambientes controlados, onde se efectuam controlos sanitários estrictos aos garanhões e éguas.

São efectuadas recolhas de sémen aos garanhões não mais que três vezes por semana, tempo este que permite a total recuperação da produção de espermatozóides. Existe então uma racionalização da utilização dos garanhões porque, há uma diminuição do número de saltos e do número de viagens em camião, o que permite a manutenção da carreira desportiva e reprodutiva do animal, em simultâneo.

A variabilidade individual entre garanhões (características seminais de cada garanhão) e os métodos de conservação de sémen, constituem algumas das limitações da IA.

O risco de consanguinidade aumenta se os garanhões afectos à Inseminação Artificial produzirem um maior número de poldros que os outros garanhões afectos à monta natural, o que não é o caso actualmente.

As dúvidas sobre a certificação de origens são satisfeitas pela identificação de todas as doses e pelo controle de filiação obrigatória dos poldros, produtos de Inseminação Artificial.

Os garanhões são submetidos a testes, seguindo critérios rigorosos para que possam ser admitidos à IA, tendo um número de certificados de cobrição limitado.

Uma má aplicação destas técnicas pode ter repercussões sobre a qualidade biológica do sémen (capacidade de fecundação) ou sobre a higiene das doses e sua aplicação.

A sua utilização requer conhecimentos específicos e por essa razão, só pode ser posta em prática por inseminadores ou chefes de centro nos centros de reprodução autorizados, tornando o custo financeiro da IA mais elevado no que diz respeito a pessoal qualificado e material utilizado.

O sucesso dos resultados obtidos reside no facto de se efectuar uma boa escolha das éguas a inseminar e a correcta manipulação do sémen, proveniente de garanhões férteis.

A inseminação artificial em equinos torna assim possível o aumento da utilização económica dos garanhões e o rápido melhoramento genético da espécie.


Bibliografia:
1. Insémination artificielle équine (1996) Guide Pratique. Edition Institut du Cheval, Paris.
2. Magistrini M (1999) L´Insemination Artificielle chez les équins. INRA Prod. Anim. Nouzilly 12: 347-349.
3. Magistrini M., Vidament M., (1992) Artificial Insemination in Horses. Recueil de Médicine Vétérinaire Spéciale : Reproduction des Equides, 168 (11-12), 959-967.
4. Magistrini M., Vidament M., (1999) L'insémination artificielle équine : des technologies à géométrie variable. CR 25e Journée de la recherche équine, Institut du Cheval, département DEFI, INA, Paris, 117-128.
5. Palmer E. (1984) Factors affecting stallion semen survival and fertility. Proc 10th Int. Cong. Anim. Reprod. And Artif. Insem. III: 377.

Autor
Cristiana Oliveira

LINGUA AMARRADA!!!


”?!


Alguns animais apresentam uma disfunção respiratória chamada “Deslocamento Dorsal do Palato Mole - DDPM”. Esta estrutura é responsável pela divisão da faringe em cavidade nasal e oral nos cavalos. Devido ao cavalo ser um respirador nasal obrigatório, é extremamente importante que o Palato Mole fique numa posição ventral (abaixo) à cartilagem Epiglote, exceto durante a deglutição para evitar que ingesta (água, alimentos, ou saliva) passe para o trato respiratório. O deslocamento dorsal (para cima) desta estrutura causa uma obstrução funcional a passagem do ar durante a expiração que pode levar a queda de rendimento e performance. Por tratar-se basicamente de uma estrutura muscular, o “amarramento” da língua tensiona rostralmente (para fora) o Palato, tendendo a impedir que ele se desloque dorsalmente, mantendo a passagem do ar para os pulmões.



Este procedimento pode permitir que o animal desempenhe sua função atlética de maneira adequada. Outra maneira de tentarmos prevenir este deslocamento é através do uso de um aparelho que “pressiona” o Palato Mole ventralmente, na intenção de mantê-lo em sua posição anatômica. Temos também o uso de equipamentos (cabeçadas) que restringem a abertura da boca durante o exercício. Estes equipamentos diminuem o efeito desestabilizante da respiração no Palato Mole. Em nosso hipódromo, os profissionais utilizam uma série de materiais para proceder a amarração, tais como, ataduras de crepe, meias femininas de seda, tiras de nylon com velcro, elásticos de borracha, etc.

Por ser uma estrutura extremante vascularizada e sensível, é imprescindível que a amarração da língua seja feita por profissional com extrema experiência neste tipo de procedimento. Algumas ocorrências verificadas nestes casos são a realização do nó extremante apertado, o que causa uma brutal diminuição do fluxo sanguíneo; nó frouxo que se solta durante o galope ou até mesmo na corrida; colocação do nó na posição errada, causando mordeduras da língua, entre outras.

O tratamento definitivo desta patologia é a correção cirúrgica que pode ser realizada através de diversas técnicas. Uma pesquisa recente realizada no Reino Unido mostra que cavalos, que tiveram a Língua Amarrada em corridas consecutivas, tiveram um aumento significativo de ganho em prêmios comparados a suas corridas antes da utilização deste procedimento, concluindo que a Língua Amarrada parece ter um efeito benéfico na performance do Puro Sangue Inglês.


Luís Renato Oseliero
Médico Veterinário – CRMV-SP: 11070

D. A. V.
Divisão de Assistência Veterinária
Jockey Club de São Paulo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Atividade Lucrativa...


O polo do puro sangue

As coxilhas de Bagé cada vez mais justificam o apelido consagrado pelos turfistas. A Kentucky brasileira, referência ao Estado norte-americano líder mundial na produção de equinos Puro Sangue Inglês (PSI), consolidou na última meia década o status de mais importante berço de cavalos de corrida do país.

Com mais de 20 haras pertencentes principalmente a endinheirados do Rio de Janeiro, o município da Campanha concentra o plantel PSI gaúcho que, por sua vez, detém 48% das éguas brasileiras da raça, nove pontos percentuais a mais do que há cinco anos, conforme o stud book brasileiro da raça – órgão responsável pelos registros dos animais.

Por trás da migração, está a estratégia de trazer os melhores garanhões da Europa e dos Estados Unidos para cobrirem fêmeas brasileiras de agosto a novembro, época que não coincide com a temporada de monta no Hemisfério Norte, explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida (ABCPCC), Flávio Obino Filho.

– Como os melhores reprodutores estão aqui, as éguas acabam vindo. Cada cavalo pode cobrir cem éguas, a um preço que pode variar de R$ 20 mil a R$ 40 mil – informa Obino.

A exemplo de haras famosos como os do banqueiro carioca Gonçalo Torrealba e do gaúcho Julio Bozano, um dos homens mais ricos do país, criadores locais montaram espécies de condomínios para receber animais de apaixonados pelo turfe de outras regiões do país.

– Na América do Sul, Bagé é o segundo centro de criação, atrás apenas de Buenos Aires. Antes levávamos um banho dos cavalos argentinos, mas agora estamos conseguindo resultados melhores – diz Mario Moglia, proprietário do Haras Fronteira PAP, que conta com 110 animais, sendo 65% de terceiros.

Após nascerem, os potros permanecem em Bagé cerca de um ano e meio e depois vão para o centro do país, onde são treinados para as corridas ou comercializados em leilões.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Hard Buck...



caro Renato,
Sou um leitor assíduo de sua coluna e blog, e estou muito feliz por você!!! Quando com a vitória de Moryba respondeu aquele idiota que mandou e-mails para você falando mal do Hard Buck.
Pois bem, está aí e prova mais uma vez que as pessoas não procuram nenhum tipo de informação! É o meu e nada mais, são muito bairristas, cegos e pretensiosos. Esses asnos têm prazer de denegrir uma RAÇA, um PEDIGREE e tudo mais.
Temos que agradecer alguns iluminados por ter em nosso solo um REPRODUTOR DO QUILATE DE HARD BUCK.
Outro dia por falta de espaço ofereci algumas reprodutoras para um haras de minha cidade (ITAQUI/RS) e entre elas estava IRACEMA BELA (Roi Normand e Revegrise por Homard). Qual foi minha surpresa quando não fui nem questionado em preços e nada mais, talvez porque seja criador de pequeno porte...
O mais recente filho dela é o CONDE VIC, que ganhou o Handicap de Tordilhos no Cristal (29/7) com larga vantagem!
Outrossim quero então parabenizá-lo por suas previsões. Acredito que sua bola de cristal não seja do PARAGUAI (ou tenha tirado aulas práticas com o polvo da copa). Um grande abraço meu amigo,

Sérgio Silvano de Castro

handicap de tordilhos...


Em “recorde” CONDE VIC vence Grande Prêmio Governadora do Estado"- Handicap de Tordilhos
Destaques
Sáb, 31 de Julho de 2010 20:57



No Handicap de tordilhos, show de Conde Vic. Depois de acompanhar o “train” de carreira do até então invicto Ícone Six, o pupilo Hermínio Machado estraçalhou seus adversários e cruzou o disco de chegada com quase 10 corpos sobre o segundo colocado Ícone Six. Completaram o placar British Nightmare, Iatagã e Libriano.



Conde Vic é filho de Top Size e Iracema Bela, de criação do Haras Di Cellius e propriedade dos Srs. Flávio Obino Filho e Luiz Fernando Cirne Lima.


Tempo da prova 96,3s (igualou o recorde) para os 1609 metros.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

GP Potro do futuro..


Mr Holland Blue vence o GP ABQM Potro do Futuro
O Jockey Club de Sorocaba foi palco mais uma vez neste domingo, dia 4 de julho, de três importantes clássicos do turfe da raça Quarto de Milha, respectivamente, os Grandes Prêmios ABQM Potro do Futuro, Rainha da Velocidade e Rei da Velocidade.
Mr Holland Blue.
Com seis animais em pista e dotação de R$ 155 mil, o GP Potro do Futuro teve como vencedor o castanho Mr Holland Blue, filho de Jess Louisiana Blue e Bela Empress Ease (Holland Ease), de propriedade do cearense Cláudio Machado Rocha e da criação do Haras Fazenda Bela. Pilotado por G. Costa e treinado por J. N. Alves, ele percorreu os 402 metros em 21s54. Com mais de um corpo de diferença, chegou na segunda colocação, com a marca de 21s74, Saigon Only (Nordick Only VM x Dashing And Daring, por Special Effort), defensor do Stud DNA Racing e da criação do Haras Rancho das Américas. Já no terceiro lugar, cruzou o disco com o tempo de 21s81 Garoto For Me (Corona For Me x Hello Cash II, Takin On The Cash), pertencente a Érico de Oliveira Braga e da criação de Gianni Franco Samaja.

SUPER STAKES


Campeão do GP Super Stakes



Niki Jess Wind: campeão do GP Super Stakes 2010


No dia 18 de julho, o público presente no Jockey Club de Sorocaba presenciou a vitória de Niki Jess Wind nos 275 metros do Grande Prêmio Super Stakes. Filho do garanhão Jess Lousiana Blue, que produziu o recordista Fofa Jess, e de Nikita Vista, que venceu o mesmo GP em 2006, além do Bank Of America Challenge em 2008, Niki Jess mostrou a que veio, cruzando o disco de chegada nos 15s35.






Niki Jess Wind é propriedade do Stud das Amigas e criação de Celio Roberto Silva Jr., ex-proprietário de Nikita Vista. O criador de Nikita, Mauro Zaborowsky comentou: "Acho que é inédito no Brasil o filho ganhar o mesmo GP que a mãe ganhou".

Na segunda colocação, com 15s46, ficou Glicose For Me, seguido por Gata For Me (15s47) e Linda Streaker SLN com 15s52.

Recorde de Leilão






Miss Fortunes Foll

O 11° Leilão WV, realizado ontem, 15 de julho, durante o Campeonato Nacional, e promovido pela família Dosso (Wilson, Wilsinho, Mara e Lidiana) e seus convidados, entra para história da raça Quarto de Milha com a comercialização da égua Miss Fortunes Fool (Dash Ta Fame x WR Cassia, por Casady Casanova), por R$ 624 mil

Trazendo em seu cartel o título de campeã Mundial de Tambor pela BFA 2007, entre outras importantes conquistas nos EUA, além já acumular no Brasil, em curta campanha, 18 pontos no RMT pela ABQM. Ela foi vendida pelo Rancho Colina Real (SP), para os paranaenses Aldair Caprioli e o Rancho Faria, tornando-se a recordista de preço em leilões realizados durante os eventos oficiais promovidos pela ABQM.



Ainda hoje informaremos os resultados completos deste leilão promovido pela WV Leilões. A batida do martelo esteve a cargo do leiloeiro Agnaldo Agostinho, com apoio da assessoria técnica da Hippus Assessoria e com transmissão ao vivo pelo Agrocanal.


Promotores e compradores da recordista

quinta-feira, 8 de julho de 2010




ATIVIDADE BASTANTE COMPLICADA

Naturalmente, boa parte do sucesso dos haras de Bagé/Aceguá se deve à alta qualidade técnica dos veterinários e administradores que cuidam das cerca de 1.350 éguas que formam, com os seus produtos e o bom lote de garanhões, o maior e melhor núcleo da criação brasileira do cavalo de corrida. É de lá que sai anualmente um terço da produção nacional. Dentre muito os mais experientes e competentes está Walter Nunes Flores, que tive a ventura de conhecer quando ele apresentou o primeiro painel do primeiro congresso nacional do turfe. Um enorme volume de conhecimentos, explicitados por “slides” marcou o início de uma formidável sucessão de apresentações similares apresentadas por gente qualificada, abordando os mais variados assuntos sobre a criação do puro-sangue de corrida, e seguiram-se ao primeiro congresso realizado em São Paulo, um no Paraná e outro no Rio Grande do Sul, inclusive com a honrosa presença de Eduardo Bloussom, secretário geral da OSAF, um advogado argentino do maior prestígio.

Com o título “Criar cavalos de corrida é uma atividade bastante complicada”, Walter Nunes Flores publicou na revista Puro-Sangue Inglês, editada pela Associação Brasileira há quase 20 anos, mais um de seus preciosos trabalhos, o qual apresento a seguir:

Pode ser tão simples como fazer feijão e arroz ou tão sofisticada como tomar um scotch importado com caviar.

É lógico: se tu optares pelo feijão com arroz, o teu índice de erros é bem menor. Quanto mais liberdade podermos dar ao P.S.I., melhor, desde que esta liberdade seja administrada pelo homem.
O primeiro passo para criarmos bons cavalos é procurar um local próprio para que os cavalos nasçam, com espaço, para poderem se exercitarem naturalmente.

Aliados, o espaço e a topografia levemente ondulada, para que o terreno não seja muito úmido e não muito íngreme. Temos que ter um solo de boa qualidade, onde o pasto nativo e as pastagens cultivadas se desenvolvam muito bem.

O clima também é um grande aliado para a criação do cavalo de corridas, zonas temperadas onde predominam temperaturas abaixo de 20ºC são as ideais. Cavalos adoram o frio (não intenso demais), pois na presença deste, diminuem em muito as doenças, principalmente aquelas que afetam os potros recém nascidos.

O pasto ou pastagens, devem compor o básico da alimentação dos potros, éguas e garanhões, pois não podemos esquecer que eles são herbívoros. A ração de grãos e suplementos minerais devem ser apenas um complemento na dieta dos mesmos, e devem conter aqueles elementos (macro e micro) que não conseguimos fornecer através das pastagens. O Rio Grande do Sul, lugar em que trabalhamos há mais de 30 anos, é capaz de nos proporcionar tais condições, principalmente na região da fronteira, onde se destaca a zona Bagé/Aceguá, hoje a maior concentração de éguas P.S.I. do Brasil.

Os resultados de pistas conseguidos pelos potros criados nesta região do país é cada vez maior, atraindo novos haras - de grande porte -, para que se estabeleçam nestes municípios.

Hoje, a cidade de Bagé (nome de maior conceito dentro da criação brasileira) está dividida em outros dois municípios: Aceguá e Hulha Negra. Ficaram em Bagé os Haras Fronteira PAP, TNT, Old Friends, Lorolú Ltda, Simpatia, Bagé Horse etc; em Hulha Negra, Santa Amélia, Agrovin etc; e em Aceguá, Mondesir, Doce Vale, Santa Maria de Araras, Bagé do Sul, Espantoso, Castelo e Santa Ana do Rio Grande.

Voltando especificamente a criação do cavalo de corrida, o que queremos é criar o craque, o super craque, mas este infelizmente não tem regra, nem manual para seguirmos um caminho matemático.
O que todo criador busca, é criar o bom cavalo, aquele ganhador de preferência de provas clássicas. Por isso temos que dar muita atenção no que se refere ao plantel de éguas, garanhões e principalmente a um manejo muito bom no haras.

Não devemos ser o soldado do passo certo, na procura das fórmulas mirabolantes que às vezes dão resultados, mas normalmente atrapalham mais do que ajudam.

Depois de o local ser escolhido, o plantel básico ser formado, temos que formar uma boa equipe, para que o manejo dentro do haras seja o mais correto possível, sempre dando “ouvido” ao bom senso.
Nesta equipe, cada um deve ter sua função (veterinários, agrônomos, gerentes, cavalariços), todos devem puxar do mesmo lado da corda, para que os resultados sejam obtidos. É fundamental não esquecer que o mais importante de tudo é gostar muito, mas muito de cavalo e do cavalo de corrida.
Dentro do haras, a criação depende 70% do manejo - que vai desde a cobertura até a saída do potro para se iniciar na vida nos hipódromos.

As pastagens aqui na fronteira do Brasil, onde atuamos (Bagé/Aceguá), são prioritariamente de inverno e primavera, época em que o pasto nativo queima todo, devido às geadas que caem no final do outono e inverno, com temperaturas próximas do zero grau. As pastagens artificiais no verão são pouco usadas, pois esta região apresenta pastos nativos de excelentes qualidades, com muitas variedades de gramíneas e leguminosas.

As pastagens artificiais que são plantadas no outono, para que possam ser aproveitadas no inverno e primavera, época em que necessitamos de maior qualidade, pois as éguas estão com potros ao pé e quanto maior produção de leite, melhor será o potro por elas criados.

Os primeiros 6 meses de vida são importantíssimos para formação do esqueleto, afinal, 60% do tamanho final do potro é adquirido nesta época.

Ao desmame (6 meses) devemos ter potros com média de 280Kg de peso e 1,40m de altura, para obtermos cavalos adultos com 500Kg de peso e 1,65m de altura, em corrida.

O manejo com as éguas é essencial, desde que elas chegam do hipódromo para o haras, onde elas não serão mais um atleta, tornando-se, mãe.

A adaptação à nova vida tem que ser lenta, para que as mesmas não sofram muito o impacto da cocheira para o campo. Aos poucos vamos trocando, passando elas menos horas presas e mais horas soltas nos potreiros.

Como a estação de monta no Brasil começa nos meados de agosto, estas éguas virgens que vieram de corrida, acrescentamos uma ração rica em proteínas e energia. Com este manejo, as éguas vazias ou virgens devem começar a “ciclar” normalmente, como se estivessem na primavera (foto-período).

Este manejo é importante, pois teremos um número maior de potros nascidos no início da temporada, isto é, nos meses de julho e agosto. Como cada vez mais procuramos precocidade, animais que disputam e vençam aos 2 anos, quanto mais cedo nascerem os potros, melhor. Outra vantagem na precocidade é que na primeira campanha estão os prêmios mais atrativos.

Sob o aspecto físico é muito importante o nascimento no cedo, pois potros bem nascidos tem melhor imunidade e resistência às doenças respiratórias ou digestivas que se instalam no início do verão.
Atualmente, cada vez mais estamos numa luta para concentrar os nascimentos nos meses de inverno e início da primavera (julho, agosto e setembro). Com isso conseguimos lotes de potros mais harmônicos e saudáveis.

É lógico que o craque, aquele potro que não conhece a regra, é sempre uma exceção na criação, independente da época que nasce. Porém dados estatísticos nos permitem dizer que a maioria dos grandes cavalos nasceram nos meses de julho, agosto e setembro.

O desmame é feito aos 6 meses, data em que os melhores resultados são alcançados. Dos 6 meses a 1 ano, o cuidado com os aprumos é importante, época em que aparecem os maiores casos de alterações no eixo de aprumos dos potros em crescimento.

A maneira menos traumática de se proceder ao desmame é manter o potro no seu lote, e retirar a égua para um lote distante. Com este método, teremos menos “stress” no potro e um “stress” maior na égua. Os potros no primeiro dia após o desmame, perdem em média 10Kg; e as mães sofrem mais, chegando a perder em média 50Kg.

O potro em 5 dias recupera o seu peso de desmame, enquanto a égua leva aproximadamente 30 dias para conseguir o mesmo feito.

Potros que estão mamando, começam a receber ração aos 4 meses de idade. A ração de grãos e o feno de alfafa são fornecidos aos potros normalmente duas vezes ao dia, com um controle para que os mesmos não se tornarem obesos ou ao contrário, desnutridos (nem 8 nem 80).

Temos ideia que o cavalo gordo é bonito, o que não deixa de ser uma verdade, porém isto não nos assegura que teremos um bom esqueleto (que eu chamo de alicerce) para suportar um peso excessivo, afinal, estamos criando um atleta e não um animal para frigorífico.

Próximo dos 18 meses, começamos o período de cuida e doma racional (cuidadosa e paciente) e desta forma estaremos preparando os potrinhos para enfrentar uma nova fase na sua vida, o hipódromo. Sou partidário que esta primeira fase deva ser iniciada no haras, para que o “stress” da doma seja sentido com menor intensidade. Cavalos nos tiram bastante tempo para que possamos observá-los e analisá-los, separando suas individualidades, pois cavalos de corrida são indivíduos e não lotes. A doma sendo feita pelo pessoal que os viu nascer e crescer (que conhecem suas individualidades) tem muito mais chance de dar certo, do que a feita por profissionais que estão tendo os primeiros contatos com os potros e terminam a chamada doma em 30 dias. A equipe deve se manter unida e coesa, desde a confecção do primeiro degrau até o topo da escada, cada um fazendo a sua parte sem romper o elo da corrente. Aos 18 meses, os potros estão com seu esqueleto (alicerce) quase completo, e é aí que se começa a polir o diamante para transformá-lo em brilhante.

O complemento alimentar fornecido através dos grãos (aveia é a rainha) e o volumoso (a alfafa é a majestade), nesta ocasião passam a ter fundamental importância na alimentação dos potros. No período de cuida e doma, os potros ficam praticamente presos nas baias (boxes), para serem preparados. Sua maquiagem é feita, crinas são cerdiadas ou aparadas, o pêlo é escovado de duas a três vezes ao dia, banhos com shampoos são administrados, cascos são engraxados e aparados com maior freqüência, tudo em função de uma aparência mais bonita e saudável, para a festa que se aproxima, ou seja, os leilões.

Aqueles potros que não vão à venda, podem ser preparados com mais calma e tranqüilidade, sendo preparados mais tarde, todavia, eu pessoalmente não vejo muita vantagem em começar os potros bem criados muito tarde.

Os resultados nos mostram que com raras exceções, os melhores cavalos de corrida do Brasil criados nestas últimas décadas foram potros bastante precoces e que participaram com destaque na campanha dos 2 anos. A criação no Brasil melhorou muito, e estamos produzindo potros fisicamente maiores, com um grande número de animais correndo na casa dos 500Kg. Aprumos mais corretos e fortes, cavalos mais rústicos e resistentes, é o que procuramos em cada nova geração que criamos, mas nada disto tem importância se eles não forem corredores. A velocidade é a principal meta desta atividade linda, mas rotineira, e é atrás desta velocidade que estamos sempre em busca para suplantar-mos nossos próprios recordes.
MILTON LODI

domingo, 4 de julho de 2010

dunga...


Dunga, o mudo dos sete anões (aparentemente agora se tornou "cego", pois, não vê a merda que está fazendo na seleção...), representa uma das partes quase indecifráveis da personalidade humana: a falta de perceber que o que está fazendo é idiota, mas no final todo mundo se diverte (ou não).


Dunga lutando karatê contra inimigos imaginários...Só mesmo um anão da Branca de Neve para apequenar de forma humilhante o grande futebol brasileiro. O futebol que já nos deu o avantajado Garrincha e o volumoso Pelé.

É por isso que, ao contrário da Xuxa, eu não acredito em duendes, principalmente quando eles são técnicos da Seleção Brasileira.

Dizem os entendidos que a má fase da seleção se deve aos interesses comerciais da CBF (Comissão Brasileira de Faturamento).

velocidade pura...


TUPANCIRETÃ: SELO RARO DERROTA CONFRONTANTE COM AUTORIDADE
O defensor de Rodrigo Dautartas levou 7 quilos de vantagem do rival

As corridas de cavalos são empolgantes. Dos 500 aos 4.000 metros, em qualquer parte do mundo, a paixão que move o turfista é infinita.
Pois bem, no último final de semana tivemos a disputa do VIII GP Brasílio Abreu Terra, R$ 50 mil ao proprietário do ganhador + R$ 20 mil ao treinador do vitorioso, em 500m. A prova era reservada a Produtos de 2 anos.
No Bolo Geral que totalizou R$ 419.200,00, a parelha do Haras Fazenda Capeaty – Confrontante (59Kg) e Sonho Real – foi a favorita.
No domingo, 27, nas eliminatórias, os dois venceram: Confrontante (A.Silva - M.A.2a.PR - Inexplicable e Clarity Halo por Southern Halo/Haras Xará & Haras Mineral Park - Haras Fazenda Capeaty - J.Pires - 26”43) e Sonho Real (A.Silva - M.C.2a.MS - Blade Prospector e Pink Pajamas por The Minstrel/Haras Ponta Porã - Haras Fazenda Capeaty - J.Pires - 26”80).
Na última, prevaleceu Selo Raro (A.Lopes - M.A.2a.MS - Blade Prospector e Crystal Cup por Punk/Hs Ponta Porã - Rodrigo B. Dautartas - C.Chaira - 26”80), que na segunda-feira melhoraria a marca para 26”40, deixando Confrontante na dupla e Sonho Real fechando o lote.
O treinador C.Chaira e o Haras Ponta Porã conquistaram o bicampeonato consecutivo da prova, já que em 2009 venceram com Run Lola Run.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

IMPRESSION (ARG)

Cavalo brasileiro fatura maior premiação da história do turfe em Dubai: US$ 10 milhões
http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1237983-7824-CAVALO+BRASILEIRO+FATURA+MAIOR+PREMIACAO+DA+HISTORIA+DO+TURFE+EM+DUBAI+US+MILHOES,00.htmlhttp://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1237983-7824-CAVALO+BRASILEIRO+FATURA+MAIOR+PREMIACAO+DA+HISTORIA+DO+TURFE+EM+DUBAI+US+MILHOES,00.html

GP Potro do futuro..


Seis animais vão disputar a final do GP ABQM Potro do Futuro


Dos seis páreos classificatórios válidos pelo 33º Grande Prêmio ABQM Potro do Futuro, cinco animais vencedores foram cabeças-de-chave e irão em busca do almejado título, na distância dos 402 metros, no dia 4 de julho.

Acompanhe os vencedores, todos machos, pela ordem de páreo: Kas On Fly, filho de Signed To Fly e Blazen Of Glory (Blazen Bryan), de propriedade da Integral Mix e criação de Marcelo Jorge; Lorzus (Signed To Fly x Smashed On Me, por Easily Smashed), cavalo pertencente a Aldimir Lima Nunes e também da criação de Marcelo Jorge; Mr Holland Blue, castanho filho de Jess Louisiana Blue e Bela Empress Ease (Holland Ease), de Cláudio Machado Rocha e da criação do Haras Fazenda Bela; Saigon Only, potro filho de Nordick Only VM x Dashing And Daring (Special Effort), defensor do Stud DNA Racing e da criação do Haras Rancho das Américas; Garoto For Me (Corona For Me x Hello Cash II, Takin On The Cash), único animal que não foi cabeça de chave, pertencente a Érico de Oliveira Braga e da criação de Gianni Franco Samaja; e o potro Windy Ease Colt (Holland Ease x Streaker Filly, por Ronas Ryon), de propriedade do Haras JC e da criação do Haras Fazenda Bela.

linhas maternas... 2° parte


Cada vez tenho mais convicção do que falo quando é referente a matrizes!!!pois bem a pouco conversei c/ um amigo e lhe ofereci uma reprodutora!!!disse-me ela tem campanha??eu respondi:não,QUAL A DIFERENÇA entre uma que tem campanha e outra que só ficou pastando os brotos do junivero!!...essa diferença chama-se pedigree nele esta o genótipo eo fenótipo do futuro craque ou da futura reprodutora.Aqui nas terras de RINCÃO DA CRUZ (ITAQUI)temos a nitida certesa do que estamos relatando ,porque aqui aportou em épocas de vacas gordas onde nosso turfe era muito fomentado por estâncieiros,arrozeiros e empresas de maquinas agricolas,"tinha dinheiro a bola pé",uma reprodutora chamada DASH CREEK (DASH FOR CASH JR X NATIVE SMOOTHIE )que veio para nossas pradarias atráves do nosso amigo criador LUIS FELIPE SANCHOTENE PINTO (COCA)essa reprodutora mostrou realmente seu potencial genético imprimindo selo racial ligado a estrema velocidade e docilidade.E qualquer que fosse o garanhão ofertado à mesma, fazendo o minimo já era o bastante!!!...pensem nisso.

domingo, 27 de junho de 2010

linhas maternas...


Nos últimos tempos a moda éo garanhão tal que veio IMPORTADO além mar...mas temos que cuidar muito mais que linhas PATERNAS é as linhas MATERNAS!!!... E LEMBRANDO a todos que para ser boa produtora não é obrigado ser boa corredora ,ter uma campanha espetacular!!!... ,sei de muitas éguas que não tem campanha e já produziram muito,tanto no Quarto de Milha como no PSI.pensem nisso,voltaremos em outra oportunidade com alguns exemplos.

QUARTZO VERDE...


Bem podemos considerar que certos pedigrees são de grande valia,algumas bases temos que procurar manter sim,mas nem por isso devemos ficar céticos e deixar de analizar oque está em plena evolução.Certo em poucas palavras vou tentar passar a onde quero chegar;SIGNED TO FLY,melhor cavalo nas estatísticas desde 1996 se não me falha a memória sendo tambem coroado como melhor avô materno !!!pois bem seus filhos não precisa falar até o ceguinho de MAÇAMBARÁ sabe que todos eles são craques RECORDISTAS.No haras FUTURISTA o SIGNED BY MAMA AAAT 120 fez história tendo como avô materno GALLANT JAGS HOPE, no SUDIMAR haras do sr. Marc Nacamuli MOGAMBO FLY AAAT 120 ,sendo uma linha materna da DAFNE VW AAAT e produtora AAAT,SIGNED TOKANON JAM AAAT 107, Recordista 7 vit.(do meu amigo guacho) que tem sua primeira geração em pista esse ano de 2010,MY FEET FLY AAAT 103,RECORDISTA,linha baixa do HOLLAND EASE do meu amigo Clóvis (fofo)e tem sua seus primeiros herdeiros nesa temporada ,sem falar em FLY BEDUINO GLORY do DR.Camilo meu particular amigo!!.. que esta produzindo animais de alta velocidade na BAHIA, do FLY CHARM SLN que está em SANTA CATARINA.Então QUARTZO VERDE(sem campanha,acidentado em treinamento)éo cavalo que busquei para abrilhantar meu planteu e disponibilizar algunas coberturas para os amantes da velocidade!!,ressaltando que é um SIGNED TO FLY em mãe IMPORTADA(USA)by GALLANT JAGS HOPE,obtendo como 2º mãe uma irmã paterna do ÌCONE ***DASH FOR CASH***acredito que estamos no rumo certo é só ANALISAR!!!

origem e pedigree...


Olá amigos,hoje quero falar de um fator importante,chamado registro genealógico.
a muito todo e qualquer cavalo de nossa região de 1/2 sangue a puro era registrado aqui na fronteira oeste R.G.S,nos dias atuais essa pratica já está fora de moda!!será os custos de técnico e associações que se tornaram mais caros ou é puro desleixo??bem a realiade que cavalos puros QUARTO DE MILHA registrados já não é tão facil de conseguir!!mas pela sua versatilidade será uma prática que todos nós criadores de pequeno á grande não poderemos deixar de usar.Porque a raça citada tem na ABQM no minimo 20 modalidades de competição em que seu cavalo de 1/2 sangue a puro pode participar, sem contar o fator reprodutivo p/ fêmeas e algumas genéticas e pedigrees que temos aqui e que não é dado o devido valor e estão em voga ea todo vapor no estado de SÂO PAULO.Como já se foi provado com venda de NEW WILD DASH,que escapou por entre nossos dedos para PARAÍBA,sendo a mesma genética do cavalo ultra campeão de vaquejada que é do haras ANA DANTAS RANCH de xerem/RJ.SILVER WILD (ROXÃO)avaliado em R$1.000.000,00 e seus filhos sendo vendidos em leiloes na média de R$120.000,00 e sua cobertura em R$10.000,00 a doze do sêmem.Digam me quanto poderia valer o nosso (ROXINHO).

sexta-feira, 25 de junho de 2010

mensagem...


este blog é realmente dirigido aqueles que de uma maneira ou de outra amam o CAVALO!!!...e principalmente a discutir novas teorias de genética,cruzamentos ,embreedings e rasmussem factor,vendas etc...e em defesa de um animal que faz parte de nossas vidas...e um repúdio contra maus tratos!!!...um abraço do tamanho do Rio Grande do Sul!!!!