terça-feira, 25 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA!!!

Arrancados das cocheiras e levados pela enxurrada que varreu a várzea do rio Santo Antonio há uma semana, os corpos dos cavalos dos tradicionais haras que funcionavam em Itaipava, em Petrópolis (RJ), viraram um dos principais complicadores para o trabalho de resgate de vítimas na região. A cidade já tem mais de 60 mortos; em toda a região serrana do Rio de Janeiro já são mais de 700.

Atuando em uma extensão linear devastada de mais de 12 quilômetros, as equipes do Corpo de Bombeiros dependem muito do faro para encontrar as 29 pessoas que ainda estão desaparecidas no município (veja lista abaixo divulgada pela prefeitura). Quando o cheiro é forte, os bombeiros são chamados por moradores –ou eles próprios percebem o odor e iniciam as escavações.

Histórias

Moradores contam como sobreviveram e o que sentiram diante da tragédia no Rio de Janeiro
Como contam os responsáveis pelos resgates, no entanto, é “altíssimo” o número de casos em que, no lugar de vítimas, os bombeiros encontram corpos de cavalos. “Tem muito, mas muito cavalo. Corpos de gente eu encontrei quatro desde quarta-feira (12) passada. Cavalos já achei uns 30”, resumiu o sargento Leonel Martins, do 15º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), de Petrópolis.

A situação agrava as já complexas ações de busca, feitas dos dois lados do rio que recebeu uma tromba d’água vinda de outras regiões e transformou a paisagem de casebres e hotéis sofisticados em uma imensidão de lama e troncos de árvores. Até agora, a região contabiliza quase 4.000 pessoas afetadas, entre desalojados e desabrigados.

No instante em que o bombeiro conversava com a reportagem, os funcionários da pousada Tambo Los Incas –que ficou totalmente destruída– identificaram um novo foco de cheiro suspeito. Era um monte de entulho e lodo que chegava a três metros de altura, de onde vinha um odor insuportável. Iniciou-se a escavação. Ao final do trabalho, que durou quase uma hora, o veredicto: “É um cavalo e uma paca”.

Responsável por comandar os trabalhos na região, o capitão Rodrigo Lione, também do 15º GBM, confirma que a presença de animais entre os destroços das casas confunde as varreduras. “É inevitável e não vamos nos abalar por conta disso. E não é só cavalo: tem porco, cachorro, cabrito, bezerro. Tem de tudo.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário