segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Atividade Lucrativa...


O polo do puro sangue

As coxilhas de Bagé cada vez mais justificam o apelido consagrado pelos turfistas. A Kentucky brasileira, referência ao Estado norte-americano líder mundial na produção de equinos Puro Sangue Inglês (PSI), consolidou na última meia década o status de mais importante berço de cavalos de corrida do país.

Com mais de 20 haras pertencentes principalmente a endinheirados do Rio de Janeiro, o município da Campanha concentra o plantel PSI gaúcho que, por sua vez, detém 48% das éguas brasileiras da raça, nove pontos percentuais a mais do que há cinco anos, conforme o stud book brasileiro da raça – órgão responsável pelos registros dos animais.

Por trás da migração, está a estratégia de trazer os melhores garanhões da Europa e dos Estados Unidos para cobrirem fêmeas brasileiras de agosto a novembro, época que não coincide com a temporada de monta no Hemisfério Norte, explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida (ABCPCC), Flávio Obino Filho.

– Como os melhores reprodutores estão aqui, as éguas acabam vindo. Cada cavalo pode cobrir cem éguas, a um preço que pode variar de R$ 20 mil a R$ 40 mil – informa Obino.

A exemplo de haras famosos como os do banqueiro carioca Gonçalo Torrealba e do gaúcho Julio Bozano, um dos homens mais ricos do país, criadores locais montaram espécies de condomínios para receber animais de apaixonados pelo turfe de outras regiões do país.

– Na América do Sul, Bagé é o segundo centro de criação, atrás apenas de Buenos Aires. Antes levávamos um banho dos cavalos argentinos, mas agora estamos conseguindo resultados melhores – diz Mario Moglia, proprietário do Haras Fronteira PAP, que conta com 110 animais, sendo 65% de terceiros.

Após nascerem, os potros permanecem em Bagé cerca de um ano e meio e depois vão para o centro do país, onde são treinados para as corridas ou comercializados em leilões.

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